ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 24.09.1996.
Aos vinte e
quatro dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e seis
reuniu-se, na Associação dos Proprietários e Usuários do Porto Seco, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às vinte horas e trinta minutos o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Vilmar Antônio Felippio, nos termos do
Requerimento nº 33/92 (Processo nº 1349/92), de autoria do Vereador Artur
Zanella. Compuseram a MESA: Vereador Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa,
Senhor Vilmar Antônio Felippio, Homenageado, Senhor Ademir Antônio Frasson,
Presidente do Sindicado das Empresas de Transportes de Cargas do Estado,
Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul, Senhor Alberto
Kieling, Presidente da Associação dos Proprietários e Usuários do Porto Seco, e
o Senhor José Vieira Moraes, Secretário Municipal da Indústria e Comércio,
representando, neste ato, o Senhor Prefeito Municipal. E, como extensão da
Mesa, o Senhor Presidente registrou as presenças da Senhora Maria Cecília,
esposa do homenageado, e de seus filhos, Mariana, Marcelo e Murilo. E, prosseguimento,
o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino
Nacional. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos
Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Artur Zanella, em nome das
Bancadas do PDT, PTB, PMDB, PPS, PSDB e PST, qualificou o homenageado como um
homem honrado e trabalhador, que dignifica a classe dos transportadores de
carga. O Vereador João Verle, em nome das Bancadas do PT e PC do B, citou as
qualidades do Senhor Vilmar Felippio, estendendo a presente homenagem aos
demais transportadores de carga. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do
PPB, falou da importância do Porto Seco para o Município e do merecimento do
Senhor Vilmar Felippio em receber o Título de "Cidadão Emérito". A seguir,
o Senhor Presidente convidou o Vereador Artur Zanella para que efetuasse a
entrega do Diploma alusivo ao Título ora outorgado ao homenageado,
concedendo-lhe a palavra, tendo este manifestado o seu agradecimento pela
presente honraria, sentindo-se cada vez mais responsável pelo trabalho que
executa junto ao Porto Seco. Logo após, o Senhor Presidente convidou a todos
para, em pé, assistirem à execução do Hino Rio-Grandense. Às vinte e uma horas,
nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e
declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo
Vereador Artur Zanella como Secretário "ad hoc". do que eu, Artur
Zanella, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores
Presidente e 1º Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Abrimos a presente Sessão Solene. Gostaríamos de convidar para integrar a Mesa
o Sr. Ademir Antônio Frasson, Presidente do Sindicato das Empresas de
Transportes de Carga do Rio Grande do Sul Convidamos, também, o Cel. Irani
Siqueira, que neste ato representa o Comando Militar do Sul; Sr. Alberto
Kieling, Presidente da Associação do Porto Seco.
A presente Sessão Solene destina-se à entrega do Titulo de Cidadão
Emérito ao Sr. Vilmar Antônio Felippio, por iniciativa de Projeto de Resolução
da Câmara Municipal de Porto Alegre, do Ver. Artur Zanella.
Gostaria de fazer o registro da realização desta Sessão Solene da
Câmara Municipal de Porto Alegre nas dependências da Associação do Porto Seco.
Para nós, Câmara Municipal de Porto Alegre, a bicentenária instituição da
Cidade de Porto Alegre, que completou, há poucos dias, os seus 223 anos de
existência, realizarmos uma Sessão Solene nas dependências do Porto Seco
constitui-se, inegavelmente, num referencial que passará a integrar a história
da Câmara Municipal de Porto Alegre e dessa que se constitui numa das mais
avançadas estruturas de transporte de carga do País e que é orgulho de todos
nós - o Porto Seco de Porto Alegre. Quando se entra nessa área, nós,
porto-alegrenses, nos sentimos orgulhosos de ver a estrutura disso que
acompanhamos desde os seus primeiros passos. - o Porto Seco da Cidade de Porto
Alegre. Quanto àqueles que projetaram o Porto Seco e que depois o executaram,
jamais passou por suas cabeças que um dia a Câmara Municipal, num reconhecimento
a um dos setores mais importantes da vida nacional, viesse a realizar uma
Sessão Solene dessa instituição bicentenária no próprio Porto Seco. Foi feito
com base no Regimento da Casa, na Lei Orgânica e com a aprovação unânime de
todos os Vereadores desta Cidade e afirmo aos Senhores que este momento é uma
das raras e excepcionais situações em que essa Casa, a Câmara Municipal, se
deslocou de sua sede para realizar eventos. E refiro, como exemplo, a Sessão
Solene do Centenário do Grêmio Náutico União, a Sessão Solene do Centenário da
Escola de Engenharia e esta Sessão que se realiza no Porto Seco. Se o fazemos,
meu caro Presidente Kieling, aqui, esta Sessão Solene, ela tem um duplo
sentido. Em primeiro lugar, uma homenagem àquele que recebe o título esta noite
e, de outro lado, o reconhecimento àquele que nós consideramos um dos setores
mais importantes da vida da Cidade, do nosso Estado e do nosso País, que é o
setor de cargas do Porto Seco da Cidade de Porto Alegre. Por isso, a nossa
satisfação e o nosso orgulho de realizarmos aqui esta Sessão Solene. Nós
convidamos a todos para que, de pé, ouçamos a execução do Hino Nacional.
(É feita a execução do Hino Nacional.)
Gostaríamos de convidar a integrar a Mesa o Secretário Municipal da
Indústria e Comércio, Sr. José Vieira Moraes, que neste ato representa S. Exa.
o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr. Tarso Genro.
Com a palavra o Sr. Artur Zanella, que falará como proponente e em nome
das bancadas do PDT, PTB, PMDB, PPS, PSDB e PST.
O SR. ARTUR ZANELLA: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Nesta homenagem ao Vilmar Felippio, estava lembrando
como foi o início do Porto Seco, porque até escrevi em alguns jornais, e estava
pensando no longínquo ano de 1975, em como é que surgiu o Porto Seco e por que,
hoje, fazemos esta homenagem aqui, e não na Câmara Municipal de Porto Alegre. O
nosso Presidente, Ver. Isaac Ainhorn, já definiu bem: foram três Sessões
Solenes que a Câmara Municipal realizou fora de sua sede. Fiz questão de que
esta Sessão fosse aqui, porque acho que temos que dar o nosso testemunho e o
nosso prestigiamento a um empreendimento que, ao invés dos outros que saem de
Porto Alegre... Quantas empresas industriais saíram de Porto Alegre, enquanto,
ao contrário, no transporte de cargas, as empresas vêm para Porto Alegre! Achei
que seria extremamente importante que se fizesse a Sessão aqui. Lembrei,
também, de 1975: Guilherme Socias Vilella havia sido indicado para Prefeito,
encontrava-se no Rio de Janeiro com o Dr. Otávio Germano, por esses desígnios
da sorte e do destino, então Secretário de Obras do Estado, e fomos ao BNH
fazer uma visita ao Dr. Carlos Alberto de Azevedo Klumbi, Promotor do Rio
Grande do Sul e que tinha sido Secretário do Trabalho e Ação Social deste
Estado. O Dr. Carlos Alberto sugeriu, naquela época, que o Prefeito, se
aprovado, procurasse fazer algumas obras em Porto Alegre e citou duas que, na
opinião dele, seriam extremamente importantes. Uma delas seria o projeto
"Cura", que era o Projeto de Comunidades Urbanas de Recuperação
Acelerada, e, naquela conversa do Dr. Otávio Germano, do Dr. Vilella, Dr.
Klumbi e eu, ali carregando alguns papéis ou fazendo algumas lembranças, se
definiu o Projeto Renascença, que é lá na Ilhota, e o Projeto Padroeira, que
englobaria o 4º Distrito. Colocou-se que não adiantava fazer aquelas obras de
melhoria naquele bairro se não houvesse um programa de incentivo, que aquelas
empresas que de lá saíssem e viessem para um local, Porto Seco, onde
continuariam gerando riquezas para esta Cidade... Isto foi feito. Foi um
trabalho muito grande. Lembro-me do Dr. Cloraldino Severo, que ajudou muito.
Digo tudo isto porque, naquela época, nós laboramos num equívoco. Os mais
entendidos em religião sabem que N. Sa. dos Navegantes não é padroeira de Porto
Alegre, mas o projeto era o Projeto Padroeira. A padroeira de Porto Alegre é N.
Sa. Madre de Deus, que vai ter um santuário lá na Glória. Eu também laborei em
equívoco, porque sempre pensei que o Vilmar fosse de Porto Alegre, e nós temos
dois tipos de Cidadão: Cidadão de Porto Alegre e Cidadão Emérito. São
exatamente iguais, precisam de 22 votos, precisam ser aprovados pela maioria
absoluta dos Vereadores. É um titulo por ano, seja qual for, e eu tinha certeza
absoluta de que o Vilmar era porto-alegrense. Depois, descobri que ele era de
Getúlio Vargas. Digo tudo isso porque sempre falo em certas coisas, que o Ver.
Isaac começou a pronunciar, dizendo que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem
223 anos.
Nos meus discursos eu quase sempre digo a mesma coisa, mas mudam as
pessoas, mudam os assistentes. Quando ocorreu a Revolução Francesa, quando
ocorreu a Independência Americana, quando Tiradentes ainda era um dentista, a
Câmara Municipal de Porto Alegre já existia. Esta Cidade não tinha Prefeito,
não tinha Alcaide e a Câmara Municipal de Porto Alegre já existia. Ela tem toda
a legitimidade, toda a tranqüilidade para que os seus Vereadores, os seus
representantes, uma vez por ano, escolham uma pessoa que receba o titulo de
Cidadão de Porto Alegre. E por que o Vilmar? Eu já disse para ele diversas
vezes, e digo novamente, que ele representa hoje uma das classes mais
importantes que eu conheço no País. Se o transporte parar, o País pára. Quando
eu posso, tenho o meu momento de lazer e tranqüilidade, quem sabe de estudo; o
transportador não. Seus caminhões andam por toda a parte do País, sábado,
domingo, e essa classe merece o apoio, a distinção da Câmara Municipal de Porto
Alegre, que é o que estamos fazendo esta noite. E o Vilmar Felippio, vi, num
determinado momento, discutindo com a Prefeitura Municipal. Depois do Vilella
veio o Prefeito João Dib, que aqui está. Depois veio o Collares, que vendeu os
terrenos, o Olívio, que continuou a obra, o Prefeito Tarso Genro, que continua
esse trabalho junto com o nosso Secretário. Toda essa estrutura é o que estamos
homenageando esta noite, que eu estou homenageando esta noite. O Vilmar é o
representante daquele momento histórico em que o Porto Seco tinha que dar uma
virada para se adequar aos novos tempos, e ele estava lá na Presidência. Saiba,
Dr. Frasson, ao encerrarmos este discurso, que, nesta noite, eu queria que o
senhor, como Presidente, também se sentisse homenageado, que o Kieling se
sentisse homenageado, que todos os senhores e senhoras que aqui estão, que trabalham
nesta área, sintam-se homenageados, porque quem está recebendo nesta noite o
título de Cidadão de Porto Alegre é um legitimo representante dos senhores, um
homem honrado, trabalhador e que dignifica toda essa classe e a Cidade de Porto
Alegre, que, a partir de hoje, é a sua Cidade. Parabéns, Vilmar, e muito
obrigado por ter dado para ti esta homenagem que todos os senhores aqui
presentes merecem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar,
como extensão da Mesa, a esposa do homenageado, Sra. Maria Cecília, os filhos,
Mariana, Marcelo e Murilo. Com a palavra, o Ver. João Verle, que falará pelas
Bancadas do PT e PC do B.
O SR. JOÃO VERLE: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Eu me sinto muito feliz em representar, hoje, a
Bancada do PT nesta Sessão Especial da Câmara de Vereadores, que outorga o
honroso título de Cidadão Emérito, que corretamente deveria ser Cidadão de
Porto Alegre, ao transportador Vilmar Antônio Felippio. Não vou tecer nenhum
elogio pessoal ao homenageado. Ele tem todos os méritos pessoais também para
receber este título, mas o próprio autor da homenagem referiu que o título é do
Vilmar, mas é também de todos os transportadores e, principalmente, daqueles
que estão hoje já integrados neste projeto do Porto Seco, um projeto tão
importante, que o início do atual Governo, como primeiro ato do Prefeito Tarso
Genro, foi nomear uma comissão para a sua reformulação. E hoje eu penso de
comum acordo com primeiros proprietários e usuários: nós temos já um projeto
mais adequado às necessidades da nossa Cidade hoje porque a localização aqui, a
concentração das empresas transportadoras de carga serve muito à organização da
Cidade e também ajuda no desenvolvimento da Região Norte. É, portanto, a
localização, senão a ideal, muito próxima disso, e nós estamos hoje satisfeitos
em poder dizer a todos os presentes que, aproximadamente em 15 dias, a Câmara
Municipal deverá receber um projeto do Executivo para estabelecer o preço do
metro quadrado para licitar novos lotes, projeto que já foi aprovado e que
depende apenas de alguns trâmites administrativos Com isso, nós teremos,
certamente, novas empresas se habilitando a esse espaço e para cá se
transferindo para que isso, efetivamente, se transforme na Cidade dos
transportes e que nós possamos ter aqui estabelecidos não apenas as empresas,
mas todos aqueles suportes que no projeto estão bem delineados. Isto é um dado
fundamental que justifica a satisfação de termos solicitado à Liderança da
nossa Bancada que nos designasse para representá-la neste ato. Com relação à
gestão do então Presidente Vilmar Felippio, eu quero fazer uma referência que
para mim é paradigmática do comportamento dele e que eu acredito não seja
diferente dos que o sucederam, que foi a abertura do espaço da sede da
Associação dos Proprietários e Usuários do Porto Seco para as entidades
comunitárias da Região Norte. Eu tenho conhecimento de que cerca de setenta
entidades estão cadastradas e aqui se reúnem periodicamente, em um espaço muito
precioso, para que essas entidades possam discutir as questões relativas ao
desenvolvimento dessa região, ao crescimento, inclusive, pessoal e social, de
muitos participantes. E é bom que se diga que esse gesto nada tem de
paternalista nem traz implícita alguma tentativa de tutelar, de dirigir ou de
orientar o movimento, mas tão simplesmente dar espaço para que ele possa
encontrar a oportunidade de crescer, desenvolver, de discutir, de integrar a
comunidade, que tem muito a ver, Vilmar, com o que a Administração Popular
procura fazer nesta Cidade, que é mobilizar a comunidade, que é facilitar a
organização, estimular a organização da Cidade para que ela possa, organizada,
mobilizada, reivindicar os seus direitos e ajudar a governar Porto Alegre, porque
é da democracia participativa combinada com a representação popular,
compatibilizando essa representação popular que penso que é fundamental que a
população não seja chamada somente de quatro em quatro em anos, mas que,
rigorosamente, ela se reúna sempre que entender necessário e encontre o
estímulo e o espaço como este que é fornecido aqui pelo Porto Seco.
Esta homenagem merecida é
atribuída também aos transportadores, principalmente àqueles que estão já
instalados no Porto Seco, às empresas que eles representam e aos trabalhadores
dessas empresas que também estão encontrando cada vez mais facilidades de
locomoção e de atuação neste espaço fundamental para o desenvolvimento
econômico da nossa Capital. Meus parabéns, Vilmar. O nosso "Conselho de Notáveis",
como carinhosamente chamamos o conselho dos agraciados com o Título Benemérito
de Cidadão de Porto Alegre, será enriquecido, a partir de agora, com a tua
participação. Temos a expectativa de que possas comparecer às várias reuniões
que o Sr. José Flores, que é o Presidente desta Entidade, tem promovido para
integrar também os cidadãos com a nossa Câmara e com a Cidade. Nós esperamos
contar com a sua presença freqüente lá na nossa Casa, que, eu tenho certeza,
muito irá enriquecer o trabalho que se realiza por Porto Alegre. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra pelo PPB.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da
Mesa.) Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu sempre digo que a vida é uma sucessão
de momentos, e aprendi com a minha mãe, que já tem 92 anos, que um momento de
felicidade vale uma vida. Hoje, quando se homenageia o Vilmar, estou também
vivendo um momento de felicidade. São daquelas coisas que o mundo nos coloca à
frente. Como o Ver. Artur Zanella falava, eu lembro que naquela Sessão que se
fez, na antiga sede do Gondoleiros, para que se estabelecesse o Projeto
Padroeira da N. Sa. de Navegantes, lá estava o Zanella, o jornalista Alberto
André, que tanto lutou pelo Porto Seco, o nosso querido Prefeito Guilherme
Socias Vilella, o Jarbas Zagui, Orion Cabral, e lá estava eu também, Secretário
de Obras e Viação. Hoje, fico contente, porque aquele sonho aparente é uma
realidade. Nós conseguimos tirar do papel e colocar no terreno tudo aquilo que
tinha sido pensado e imaginado. Fiquei triste um dia porque, como Prefeito, já
que eu tinha ajudado a construir isso aqui, não pude colocar à venda, porque a
própria Câmara obstaculizou. Mas, depois, eu vi que os Prefeitos que me
sucederam continuaram e as obras estão aí e, principalmente, os transportadores
estão cuidando com carinho e zelo desta obra que é de todos, mas que foi feita
especialmente para eles. Quero dizer ao Vilmar que, diferente da maioria dos
Vereadores, penso que o equívoco do Ver. Zanella, pela informação que recebeu
de que havia nascido em Porto Alegre e não em Getúlio Vargas, fez com que ele
fizesse justiça, porque na realidade, no meu entendimento, o maior título que a
Câmara oferece é o de Cidadão Emérito, porque Emérito é insigne, está acima dos
demais. Então, a justiça está sendo feita, até porque o Ver. Zanella queria, do
fundo do coração, homenageá-lo, e o faz de maneira mais grandiosa. Mas, meu
caro Vilmar Antônio, não vou dizer das qualidades, das realizações, porque não
tem sentido. Aqui estão os teus amigos que conheces muito bem, tão bem como o
próprio Ver. Zanella, que fez a sua Exposição de Motivos e obteve a aprovação
unânime da Câmara Municipal, mas também melhor do que o Zanella e do que nós,
Vereadores, porque convivem contigo no dia-a-dia. Posso te dizer também que
ninguém recebe homenagem porque ele, sozinho, era a razão dessa homenagem. Sei
que o Sr. Mário Felippio e a Dona Amália - não sei onde eles estão neste
momento - estão vibrando de satisfação, porque um dos onze filhos está sendo
homenageado pela Cidade de Porto Alegre, com o carinho dos seus amigos, dos
seus colegas transportadores e também da Cidade. Está sendo homenageado, Vilmar
Antônio, porque em determinados momentos de agruras, difíceis, pois nem todos
os momentos são felizes, nem todos os momentos valem uma vida, lá estava a
Maria Cecília, a Mariana, o Murilo, o Marcelo, para te dizer que estavam ao teu
lado e te apoiavam, assim como também estavam os teus amigos que te diziam:
"podes continuar que nós vamos te ajudar a fazer as coisas certas que
podem e devem ser feitas". É isto, Vilmar Antônio, que a Câmara Municipal
quis te dizer, pela homenagem que te é prestada hoje. Jovem que és ainda, temos
a absoluta convicção de que vais continuar a fazer muito mais pela tua Cidade,
que é Getúlio Vargas, é claro, que nunca sai do nosso coração, mas pela Cidade
que te adotou e que te trata com tanto carinho, pelo teu Estado e pelo nosso
Brasil. Nós te desejamos toda a sorte de felicidades, também aos teus familiares,
amigos. Queremos que haja sempre sucesso. Contamos sempre com o teu trabalho.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós, neste momento,
seguindo a linha de trabalho, a mesma daquela protocolar na Câmara Municipal,
passaremos à entrega solene do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr.
Vilmar Felippio. Convidamos a todos que assistam, de pé, e convidamos o autor
da iniciativa, Ver. Artur Zanella, para que faça a entrega do título ao
homenageado.
(Faz-se a entrega do título.) (Palmas.)
Está com a palavra o Sr. Vilmar Antônio Felippio.
O SR. VILMAR ANTÔNIO
FELIPPIO:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Inicialmente, peço vênia
para confessar aos Senhores a minha surpresa com a honraria que hoje nos está
sendo outorgada, Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, fruto de Resolução
do Poder Legislativo deste Município, que muito nos honra. A partir deste, a
responsabilidade torna-se maior, apresentando-se a nós maiores desafios. Se
muitas maravilhas nos circundam, a maior delas é a humanidade, mesmo que esta
cinja-se de pequenas comunidades existentes em nosso meio. O homem que dominou
a natureza, que sulcou a terra, domesticou os animais, enfrentou as intempéries
e que aprendeu a sobreviver, há de também interagir com as demais pessoas e
comunidades existentes, principalmente aquelas que nos circundam. Quando aqui,
na Associação dos Proprietários e Usuários do Porto Seco, iniciamos a nossa
gestão como Presidente, tínhamos apenas 24 empresas transportadoras associadas,
fato altamente alvissareiro, mas que ainda não representava e atingia as metas
traçadas por aqueles destemidos homens que idealizaram a construção de um
centro de transporte de cargas secas. Entretanto, tínhamos a certeza de que muitas
outras empresas viriam a colaborar com os nossos objetivos, e isto se fez
presente em pouco tempo, quando essas, em grande número, passaram a se instalar
no Porto Seco, associando-se à APS. Aqueles que aprendem lentamente acham que a
lentidão é sabedoria. Desde o começo da 2ª Grande Guerra, a questão da
velocidade começou a se impor, de tal sorte que, para o empreendimento Porto
Seco tornar-se a realidade de hoje, foi necessária a junção de esforços com as
empresas transportadoras, as associações de bairro, Poder Público e outros.
Esta união de esforços nos fez crescer politicamente, de tal sorte que, nas
eleições passadas, dos dez candidatos à Prefeitura de Porto Alegre, oito
compareceram para debater assuntos da comunidade, especialmente os do bairro onde
se localiza hoje o Porto Seco. As sucessivas reuniões com a comunidade
empresarial, política e associações de bairro nos aproximou dos Poderes
constituídos que a primeira audiência e o primeiro ato do Excelentíssimo Sr.
Prefeito Municipal, Dr. Tarso Genro, foi em benefício do Porto Seco e das
comunidades adjacentes.
Senhores, é agradável este momento, é tempo e hora de alegria. Fiquemos
nela. Alegremo-nos, pois. Meu verbo é neste rumo para que, ao chegarmos, nada
mais tenhamos feito do que estender a mão ao próximo. As palavras elogiosas
referidas a minha pessoa foram de tal grandeza, que temo não as merecer, mas
nosso trabalho é o de criar um mundo onde as realizações sejam obra do coração.
Existe um caminho de desafios, e a única maneira dele ser supera do com
tranqüilidade é olharmos para os objetivos e não para os obstáculos. Agradeço
aos ilustres representantes da Câmara Municipal aqui presentes, principalmente
ao ilustre Ver. Artur Zanella, que indicou e encaminhou a esta Casa o meu nome
para receber o Título Honorífico de Cidadão Emérito. Também rendo as minhas
homenagens aos ilustres oradores que me receberam e me dirigiram palavras
elogiosas. À minha inseparável e querida esposa, filhos, irmãos, amigos que
aqui compareceram, a todos o meu muito obrigado. Finalmente, o meu profundo
agradecimento ao Grande Arquiteto do Universo, que me orientou e me permitiu,
com humildade, receber esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos, antes de
encaminharmos para encerramento desta Sessão Solene da Câmara Municipal de
Porto Alegre, de manifestar aqui, após as palavras do Vilmar, a certeza da
decisão que os Vereadores tomaram ao
escolhê-lo Cidadão Emérito, por iniciativa do Ver. Artur Zanella. E essa certeza
se constitui também, meu caro Vilmar, no reconhecimento ao setor. Eu digo isso,
fundamentalmente, porque na tua manifestação houve aquela expressão do que é o
transportador de carga que, quando é homenageado, a sua reação é a manifestação
de aumento de responsabilidade, e foi o que tu disseste aqui nessa noite. Outra
constatação que faço das tuas palavras e da tua maneira, que revela exatamente
isso, que é a natureza desse setor. Setor que, muito embora tenha materialmente
crescido, se constituído numa das estruturas mais poderosas desse país, do
ponto de vista da sua ação, e mercê, sobretudo, do trabalho dos representantes
desse setor, cada um nas suas empresas... é um outro dado que registro: a
humildade do comportamento de um homem que tem a responsabilidade da condução
de sua empresa e que recebe a homenagem da Cidade de Porto Alegre.
Esses registros gostaríamos de fazer, também, em nome da Mesa Diretora
da Câmara Municipal. Portanto, mais uma vez, as nossas homenagens expressas nas
palavras do Ver. Artur Zanella, do Ver. João Verle e Ver. João Dib, e o
reconhecimento da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre e dos
funcionários desta Casa, porque neste momento vejo aqui a extensão da Casa, dos
que estão trabalhando aqui, fazendo com que esta Sessão tenha o brilho que está
tendo. Nós, antes de encerrarmos esta Sessão, convidamos a todos para ouvirmos,
de pé, a execução do Hino Rio-Grandense.
(É executado o Hino.)
Agradecemos a presença de todos. Está encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 21 horas.)
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